segunda-feira, 22 de março de 2010

Sempre tem um cachorro no meu caminho

Olá pessoal,

Mais uma semana de treino e dessa vez consegui encaixar o treino longo de bike que estava tão preocupado. Não tinha feito ainda neste ano nenhum treino com mais de 100 km. Sempre acontecia alguma coisa, mas dessa vez deu tudo certo tirando o susto que levei com um cachorro.

Existem dois tipos de ciclistas: os que já caíram e os que ainda vão cair. No meu caso me enquadro na primeira categoria.

No início do ano passado estava pedalando na Lagoa da Pampulha, o treino já havia terminado e estava apenas fazendo um giro final para soltar a musculatura quando passei perto da entrada do zoológico e um cachorro que estava no passeio correu para o meio da pista. Tentei desviar, mas não foi possível. Como estava devagar e consegui frear um pouco o tombo não foi tão feio e tive apenas umas dores no ombro e nas mãos devido ao tombo.

No ano passado estava pedalando na Serra da Santa localizada no município de Itabirito. A Serra tem 6.5 km de subida sendo um ótimo local para treinos de força. Quando estava no meio da subida, passando na entrada do aterro sanitário, ouvi alguns latidos. Pensei até que estava delirando, pois sou cismado com cachorros. Quando olhei para trás percebi que havia três cachorros e dos grandes correndo atrás de mim. Na mesma hora mudei a relação das marchas, fiquei de pé na bike e comecei a fazer muita força. Era impossível, pois estava no meio da serra, já cansado e sem pernas para reagir. Busquei uma das minhas garrafas de água e atirei contra os cachorros tentando assustá-los. Eles continuaram mais um pouco e depois retornaram. Eu fiquei tão tremulo e acabei gastando a minha última reserva de energia com aquele “sprint” inútil que tive que terminar a subida em um ritmo de tartaruga. Por sorte me safei. Poderia até ser um treino de velocidade fugir da perseguição de cachorros.

Também no ano passado, pedalando na Av. Tereza Cristina, mais conhecida como Tristeza Cristina pelos ciclistas, um cachorro entrou na minha frente e por sorte consegui desviar com um reflexo que até hoje eu não sei como explicar. Coisa de ninja mesmo.

Neste sábado, acordei as 04h30min e fui para o Alphaville Lagoa dos Ingleses para realizar o meu treino de 140 km de bike. Cheguei lá por volta das 05h25min e as 05h40min comecei o pedal. Como ainda estava escuro fiquei dentro do condomínio fazendo o aquecimento e esperando o dia clarear para ir para a rodovia. Assim que clareou fui para a BR 040 onde existe uma volta de 10 km com subidas e descidas. O local é muito bom para treinar e não têm a presença de motoqueiros malucos, sinais de trânsito, cachorros, etc. Com relação aos cachorros tenho que corrigir: Não tinha. Na segunda volta avistei um cachorro de longe. Na mesma hora pensei: Nem começou o treino e já estou cansado? Achei mais uma vez que estava delirando, mas realmente tinha um cachorro no acostamento se é que poderia chamar aquilo de cachorro. O bicho parecia que tinha sido atropelado umas três vezes e sua alma ainda vagava por este mundo. Diminui a velocidade e passei por ele sem muitos problemas. Já comecei a ficar preocupado e a cada volta ficava o tempo todo atendo e com medo, pois meu histórico com cachorros não é dos melhores.

Quase no final do treino avistei ao longe um carro que parou no acostamento onde estava pedalando. Olhei atentamente para a rodovia para ver se não estava vindo nenhum veículo e me posicionei na pista para fazer a ultrapassagem. Quando esta chegando perto uma mulher desceu do carro e abriu a porta traseira para que o seu infeliz animal de estimação pudesse descer e fazer suas necessidades. Porém ela não teve o trabalho de olhar para a pista para ver não estava vindo algum caminhão, carro, motoqueiro, triatleta maluco, ou seja, lá o que for. Como o meu imã é muito forte o cachorro correu em direção à pista e por uma questão de segundo consegui mudar de direção e desviar do “pulguento”. A única reação que eu tive foi gritar e nessa hora eu gritei alto e muito alto para tentar assustar o cachorro. Ele ficou estático e eu desviei. Foi tudo muito rápido, mas deu tempo de pensar em muita coisa. Como estava a 44 km/h um choque com um cachorro poderia me machucar muito para não dizer coisa pior, me tirar do Ironman, entre outras coisas. Fiquei com muita raiva, mas imediatamente foi substituída por uma alegria de estar bem e salvo mais uma vez destes seres não tão inofensivos assim. Comecei a rir e muito, pois além de acordar cedo, treinar muito ainda tenho que fugir de cachorros que insistem em me perseguir.

Quando eu era garoto fazia muita covardia com animais. Eu não fazia isso por maldade. Eu era uma criança levada e não tinha noção das coisas. Por isso apanhei tanto dos meus pais. Nunca gostei de cachorros e sempre declarei isso a eles. Quando possível sempre jogava pedras e procurava afastar estes bichos de mim. Hoje tenho consciência de tudo isso e me arrependo muito de tudo que eu fiz. Talvez eles estejam me perseguindo agora...

Embora a história seja cômica, pelo menos para mim, gostaria de deixar aqui o meu recado a todos que tomem bastante cuidado quando saírem de casa para treinar. A todo o momento temos obstáculos estáticos e móveis. Sobre uma bicicleta não somos nada. Ninguém irá nos respeitar. Pelo menos esse deve ser o nosso pensamento para que possamos ser conservadores. Evitem situações de perigo e risco desnecessário querendo manter o ritmo. É melhor perder alguns segundos ou minutos parando em um sinal ou reduzindo a velocidade do que perder meses se recuperando. Nos últimos meses muitos acidentes de bicicleta têm acontecido aqui em BH. As causas e os culpados são diversos e não vem ao caso discutirmos. Acima de tudo pedalem com responsabilidade e nem precisa dizer o mais importante: use o capacete.



Um forte abraço a todos e bons treinos!!!


Léo Freitas (O amigo dos cachorros “Forever”!!!)

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